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// 05/08/2015 - Jauenses evoluem no paintball

De longe, parece que você está no set de filmagem de “Nascido para Matar” (1987), do genial Stanley Kubrick. Rostos jovens empunhando armamento pesado. Tem capitão, tenente, recruta. Roupas camufladas. O cenário é uma fábrica desativada. Quando a ação começa, há correria, tiroteios e gente caída ao chão. Mas ninguém sai ferido de verdade. As metralhadoras cospem bolinhas de tinta.

Estamos no meio de jogo-treino do Grupo de Operações Rápidas (GOR) Paintball Milsim (military simulation) em um bairro da periferia de Jaú. É simulação, mas a adrenalina corre solta. Não há soldados, e sim operadores – como são chamados os jogadores – que praticam um esporte radical que cresce a cada dia no País. Esse grupo jauense, que surgiu há cinco anos, terá agora seu maior desafio pela frente, que é participar da Operação Cavalo de Aço-2015, apontado como o maior evento da modalidade real action (ação real) de paintball no Brasil e será realizado entre os dias 4 e 6 de dezembro, em Campo Grande (MS). Serão 24h ininterruptas de duração, com operações continuadas dentro de uma situação fictícia de combate.

Para representar bem o Município nesse evento reconhecido nacionalmente, é preciso bastante treinamento e dedicação ao esporte, afirma o capitão da equipe de Jaú, o modelista de calçados Juliano Rangel, 29 anos, que começou a praticar paintball há pelo menos oito anos. Foi neste ano, porém, que o time que ele capitaneia começou a jogar o Milsim, considerado pelos entusiastas como uma evolução do paintball mais “tradicional”. “Nossas missões se aproximam ao máximo da realidade do campo de batalha. É semelhante a um jogo de RPG (role-playing game, ou literalmente jogo de representação), com toda a preparação física e tática”, explica Rangel. Exemplo: se você for marcado com um “tiro” na perna durante o jogo, não poderá sair caminhando como se nada tivesse acontecido. Você será atendido pelo especialista médico, que aplicará uma dose de morfina e fará atadura (fictício, claro).  

As missões do grupo são variadas, e podem ser ações como resgate de reféns, combate ao terrorismo, desarme de artefatos explosivos (cenográficos) e escola VIP, entre outras. O tempo da operação pode variar de poucos minutos a algumas horas. As simulações podem ser baseadas em eventos históricos, políticos, cinematográficos ou fictícios.

Vale ressaltar que para praticar a modalidade nesse nível de complexidade e conforme prevê a legislação brasileira é necessária comunicação prévia do jogo às autoridades de segurança pública – uma vez que o paintball é um esporte fiscalizado pelo Comando do Exército. Os marcadores (armas do paintball) devem ser registrados. “Não posso sair na rua desse jeito, todo equipado”, conta Rangel.

Controle

O GOR Paintball Milsim aposta na popularização da modalidade, especialmente porque é um esporte radical, mas considerado de baixo risco. “Prezamos pela segurança dos operadores. A pressão dos marcadores é bem controlada. A máscara de proteção é um item essencial e não pode ser retirada de forma alguma no campo de jogo”, afirma o capitão da equipe. Um pequeno hematoma, vez ou outra, é inevitável, ainda mais para iniciantes. Mas isso é superado logo que a adrenalina sobe, e o sangue passa a correr ainda mais rápido nas veias. Porque missão dada, parceiro, é missão cumprida.





 

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